domingo, 14 de junho de 2009

UM SIMPLES POEMA PARA UM DIA FELIZ

Eis um dos mais belos poemas que conheço, que se encontra no livro "Poemas para um dia Feliz".

ARMA SECRETA

Tenho uma arma secreta
ao serviço das nações.
Não tem carga nem espoleta
mas dispara em linha recta
mais longe que os foguetões.

Não é Júpiter, nem Thor,
nem Snark ou outros que tais.
É coisa muito melhor
que todo o vasto teor
dos Cabos Canaverais.

A potência destinada
às rotações da turbina
não vem da nafta queimada,
nem é de água oxigenada
nem de ergóis de furalina.

Exacta, na torre erguida,
em alerta permanente,
espera o sinal de partida.
Podia chamar-se VIDA.
Chama-se AMOR, simplesmente.

António Gedeão (1906-1997)

sexta-feira, 12 de junho de 2009

GERÊS

Eis um texto bonito, feito por um aluno, bonito também... de uma zona...inconfundível!

GERÊS

A Serra do Gerês situa-se no norte de Portugal.
O solo do Gerês é em pedra de granito e a maior parte em terra.
Na Serra do Gerês vivem cavalos chamados Garranos. São cavalos pequenos mas muito fortes. Vivem em liberdade. O pelo é de cor acastanhada. No Gerês também vivem outros animais selvagens como por exemplo lobos e cobras.
Na Serra do Gerês as pessoas vivem em pequenas aldeias. As casas das pessoas são construídas em pedra de granito.
Da vegetação do Gerês fazem parte muitas variedades de árvores e plantas, entre as quais carvalhos, pinheiros, vidoeiros e azevinhos. É proibido cortar azevinhos.
A aldeia de Vilarinho das Furnas está afundada por causa de uma barragem que lá foi construída. A barragem impediu a passagem da água que acabou por cobrir a aldeia. As pessoas tiveram que se mudar para as aldeias vizinhas.
José Pedro

quarta-feira, 10 de junho de 2009

DEZ DE JUNHO - LEMBRAR CAMÕES

Descalça vai para a fonte
Leonor pela verdura
vai fermosa e não segura.

Leva na cabeça o pote,
o testo nas mão de prata,
cinta de fina escarlata,
sainho de chamalote;
traz a vasquinha de cote,
mais branca que a neve pura;
vai fermosa e não segura.

Descobre a touca a garganta,
cabelos de ouro trançado,
fita de cor de encarnado,
tão linda que o mundo espanta;
chove nela graça tanta
que dá graça à fermosura;
vai fermosa e não segura.

Luís Vaz de Camões (+- 1525- 1580)



chamalote: tecido de lã ou pele
escarlata: tecido vermelho
vasquinha: casaco curto, muito justo
cote: de uso diário
sainho: saia
fermosura: beleza
testo: tampa do pote

LUÍS DE CAMOES EM ACÇÃO

0 MARINHEIRO

Num dia quente, Leonor foi buscar água à fonte. Chegando lá, reparou no reflexo de um rapaz. Assustada, fugiu pela verdura, mas foi abrandando, … abrandando…. Sentiu que o rapaz não a seguia e não queria nada dela.
Leonor foi de novo à fonte buscar o pote e perguntou ao rapaz:
- Quem és tu?
- Sou marinheiro de água doce. – respondeu o rapaz.
Leonor, sem o perceber, perguntou de novo:
- Como assim?
- Quero ser marinheiro e estou a aprender. – disse ele.
- A sério? Queres ser marinheiro?
- Sim, porque o meu avô também o foi. – respondeu o rapaz.
Leonor e o rapaz continuaram a conversar e ela perguntou:
- Como te chamas?
- Chamo-me Pedro.
- E onde vives?
- Aqui perto, numa cabana. – disse o rapaz.
Seguidamente, os dois conversaram muito e ficaram mais próximos.
Passados uns tempos, Leonor fugiu com Pedro e viveram juntos.

Carlos Eduardo

POEMA DE CAMÕES EM FILME

AMOR DA LEONOR

Numa manhã de Verão, Leonor, descalça, foi buscar água para levar ao dono da casa onde trabalhava, pois estava com sede.
Levava na cabeça o pote e ia com um vestido vermelho.
Quando chegou à fonte, abriu a tampa do pote e pôs água.
Ao ir para casa, uma pessoa que estava lá perto disse:
- Olá, como te chamas?
- Chamo-me Leonor. E tu? – disse ela.
- Eu chamo-me Jorge. Ouvi falar de ti. Tu és engraçada, sabias?
- Sim, eu sei. Eu trabalho na casa ali à frente. Sou empregada. – disse Leonor.
- Eu também sou! – disse o Jorge – Começo hoje a trabalhar. Sou cozinheiro.
E assim foi. Trabalharam na mesma casa.
Cada dia, Leonor admirava o Jorge e o Jorge admirava a Leonor.
Meses depois, Jorge enviou uma carta à Leonor marcando um encontro na fonte.
Quando se encontraram, o rapaz disse:
- Leonor, posso dizer uma coisa?
- Sim, podes.
- Queres casar comigo?
- Sim, quero! – respondeu ela.
Tiveram um casamento muito feliz e tiveram 8 filhos.

João José