No decorrer deste período, o nosso trabalho de Plano Nacional de Leitura é, essencialmente, sobre poesia. Estamos a trabalhar alguns poemas do livro “Poemas para um dia feliz”. Uma antologia seleccionada e declamada por José Fanha e ilustrada por Pedro Pires.
A primeira abordagem ao livro foi feita, também, com a audição de uma música que queremos partilhar com todos, tal como o seu inconfundível poema.
Esta mensagem é, de certa forma, um pequeno "carinho" aos meus alunos, que conseguem surpreender-me tantas vezes.
Já vi e ouvi alguns, nos intervalos, de livro aberto, a ler e a cantar os poemas.
Continuai!
PERDIDAMENTE
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim…
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente…
É seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
Florbela Espanca (1895- 1930)
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim…
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente…
É seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
Florbela Espanca (1895- 1930)